Era Camões? Faltava-lhe um dos olhos,
Tinha a barba completa,
O laurel do poeta,
A gola aos folhos.
As mãos, não nas mostrava:
Trazia numa a espada? Noutra a pena?
(E a tuba? E a avena?
E o rolo de papéis salvo da onda brava?)
Era um busto, uma efígie, um cartaz de parede.
Era um livro fechado,
Escrito na poeira do passado,
Fonte interdita de nenhuma sede.
Era isto, era aquilo, era o que quis
Quem no quis inventar,
Expulso de si próprio, a desprezar,
Pela flor, a semente e a raiz.
Estava ali para servir de escudo
(E ele, a espada!),
Para dizer cultura celebrada
(E ele, mudo!).
Estava ali para servir de réu.
(Não, não estava ali:
Estava em quem, por amor, o chamou a si
E o leu.).
ANTÓNIO COUTO VIANA
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